Quando a última árvore tiver caído, o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que o dinheiro não se come.

Greenpeace

I hope that God exists!

Ana Cristina Dias anadiasartist@gmail.com


sábado, 30 de janeiro de 2010



Uma Andorinha em Lisboa, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2010

Era mais do que certo, este ano a Andorinha não partiria com as outras, gostava de voar no céu de Lisboa, gostava dos telhados das velhas casas dos bairros mais tradicionais e sempre havia alguém quem a pudesse alimentar, estava decidida e o frio jamais era um obstáculo à sua decisão, conhecia uma casa, lá prós lado do Chiado que tinha uma grande cabeça de urso polar pendurada na sala de jantar e a rapariga que ali morava deixava-a entrar e aquecer-se quando o frio apertava. Ficava em Lisboa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010




eu e a amiga Maria Fernanda, da Galeria Belo Belo em braga, exposição individual em 2005. um abraço com carinho a esta amiga que me tem dado conselhos e força para continuar a pintar

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010



O Gato vaidoso, Acrílico sobre papel, 70X100cm, 2010
Pintura de Ana Cristina Dias

Parecia mais umas das muitas peças luxuosas da casa da dona Arminda, o D. gato não se deitava se não fosse na sua almofada de veludo e perto da janela, para que os outros o pudessem ver, às vezes ainda trazia nos bigodes pedaços de salmão, dava-lhe gosto ver a expressão dos pobres vádios na rua enquanto procuravam no lixo algo para comer , babavam-se só de ver o vaidoso, o único luxo que tinham era aquela imagem do banquete pendurado nos lustrosos fios de bigode do gato burguês.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010



O segredo, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2010
Pintura de Ana Cristina Dias

Desde que se levantava o Pinguim segurava uma grande e antiga chave de latão, fora-lhe dada pelo seu pai, a este pelo seu, ao seu avô pelo seu e assim esta chave permanecia na sua família desde sempre.Por de trás desta herança havia um segredo e quando era a hora de o passar, era entregue a chave de latão, ela não era mais do que um simbolismo como quem diz " guarda este segredo bem guardado", mas o tolo não percebera isso e desde a morte do seu pai o Pinguim andava para a frente e para trás com ela, não lhe servia para nada, talvez um dor de costas e uma tremenda trabalheira quando queria ir pescar, mas havia sempre quem tirava partido, todos os dias as aves que sobrevoavam os céus da terra do Pinguim, pousavam na chave e ali ficavam a descansar até recuperar o fôlego.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010



Pintura de Ana Cristina Dias
Sem retorno, Acrílico sobre papel, 100x70cm, 2010

Todos os dias pela mesma hora o sr Veado corria pelo planalto, debaixo de sol ou chuva, sabe-se lá porquê! comentavam os outros, mas sempre habituados à sua presença ofegante e rotineira. Pendurado ao pescoço estava um grande coração dourado, diziam que tinha vindo de um lugar longínquo, trazido por uma bela fêmea que veio lá dos lados do Minho, nenhum bicho do planalto sabia onde ficava tal terra. o sr Veado farejava o ar em busca da dona daquele coração ainda não compreendia que existem coisas nesta vida que não têm retorno.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010



O Poderoso, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2010
Pintura de Ana Cristina Dias

Ainda ninguém sabia como o Urso tinha reunido tanta riqueza, ele por sua vez aproveitava-se desse mistério e inventava histórias do arco da velha , para que elas se tornassem verdade na cabeça dos outros ele libertava todos os dias ao anoitecer um poderoso e ruidoso uivo, aquilo resultava e na hora do recolher todos os faziam debaixo de medo .
Na verdade, o trono não era mais do que uma simples ferramenta que ele usava para esconder uma alma de gatinho manso que vivia dentro dele.
PULSAR

Abri as asas
e voei
ao mais elevado
de mim
do amplo horizonte
vejo a beleza
da luz sem fim
na vastidão
do infinito
nada consegue
afectar
a pureza
do coraçao
e o amor
do seu pulsar


Maria (Rosário) Hespanha

um mimo que recebi, obrigada Rosário, vou partilhar com todos que acedem ao blogue, o que é bom não é para ser guardado

domingo, 17 de janeiro de 2010



A cair no conto do vigário, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2009
Pintura de Ana Cristina Dias

Sempre que a Cegonha ia encontrar-se com o seu amante fazia-se acompanhar da sua irmã mais nova, embora a idade entre ambas fosse diferente a inocência e a ingenuidade era exactamente igual. Enquanto a Cegonha se entregava de corpo e alma ao seu amante este seduzia a sua mana . Mal ela sabia que estavam a cair "na boca do lobo".



O Encantamento, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2009
Pintura de Ana Cristina Dias


O Pinguim tentava a todo o custo seduzir o Puma, este por sua vez nunca lhe dava a devida atenção, vaidoso ele fingia não o ver. Dar-lhe uma flor seria a sua ultima tentativa, estava cansado de sentir que muitas vezes fazia de tonto. Mesmo sabendo que seria a sua ultima sedução aproximou-se timidamente.


A Oferta, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2010
Pintura de Ana Cristina Dias

Quase sempre, pelo tamanho do bico ela comia todo o peixe que se atravessava pelos seus passeios de mar, o pobre do Pinguim comia só mesmo quando a outra fazia um breve descanso. Dia para dia o Pinguim definhava, o que comia já não era suficiente para si quanto mais para alimentar outros bicos que estavam a seu cargo. Um dia desanimado e provavelmente sem forças entregou-se ao seu triste destino, a comilona vendo-o assim prostrado, perguntou-lhe o que se passava, não restava senão ao pobre Pinguim confronta-la abrindo-lhe humildemente o seu pequeno coração. A ave ficou sem palavras afinal nunca pensou que a sua ganância e a constante fome fosse um tormento para outros, para se desculpar ofereceu-lhe um peixe que trazia no bico



O Encantamento, Acrílico sobre papel, 70X100cm, 2009

Lá na terra ninguém entendia porque razão um galo se tinha apaixonado por uma cabra e vice versa, os comentários eram muitos e muitas vezes feitos em voz alta em tom provocador ou simplesmente uma forma disfarçada de tirar a dúvida. Não importa, diziam para si mesmos, passeando de patas dadas entre os restantes.
Os outros de tanto falarem, cansaram-se. Ver um galo casado com uma cabra deixou de os incomodar, para o casal foi uma batalha ganha,uma paz conquistada, não havia nada mais simples e que lhes desse prazer do que poder andar livremente .


A Submissa, Acrílico sobre papel, 70x100cm, 2009
Pintura de Ana Cristina Dias


A tola da Zebra deixava que a sua companheira comandasse a sua vida, nunca percebeu
que com esta sua atitude estava a presenteá-la com o seu bem mais precioso. A Águia por sua vez, aproveitava-se desta fragilidade e pensava que, se podia dominar a sua companheira então também podia ser rei e senhor do mundo, pavoneava-se sempre que saía à rua, uma tonta vaidosa, mas de nada lhe servia, a sua triste vida continuava a não lhe bastar e por isso compensava apoderando-se da sua tola Zebra.

O Protector



O Protector, acrílico sobre papel, 70x100cm, 2009



No tempo em que os animais falavam, existia um bode selvagem,
todos o temiam, não por ser mau mas porque nunca falava com ninguém,era reservado o bicho, vagueava pelas ruas sem sequer cruzar olhares,os populares temiam-no só por isso, inventavam histórias onde o seu nome aparecia sempre associado grandes lutas e ganhador de guerras e batalhas.... ninguém sabia que por de trás daquele imponente ser havia um espírito pacífico e um coração mole que passava os serões na companhia de uma frágil ave.
Não devemos ter medo dos confrontos...
até os planetas chocam e do caos nascem as estrelas

texto de, Charles Chaplin